sexta-feira, 24 de abril de 2015

pelas sombras nas calçadas


Scott Hamilton - In a Sentimental Mood [Duke Ellington / Manny Kurtz / Irving Mills]     (HD720) (for sax lovers)

Scott Hamilton [Hamfat] (Providence, Rhode Island, 12 de setembro de 1954) é um tenor saxofonista de jazz norte-americano. http://pt.wikipedia.org/wiki/Scott_Hamilton_%28m%C3%BAsico%29  

The official website  http://www.scotthamiltonsax.com/
Biography
Scott Hamilton was born in 1954, in Providence, Rhode Island. During his early childhood he heard a lot of jazz through his father’s extensive record collection, and became acquainted with the jazz greats. He tried out several instruments, including drums at about the age of five, piano at six and mouth-organ. He had some clarinet lessons when he was about eight years of age, but that was the only formal music tuition he has ever had. Even at that age he was attracted to the sound of Johnny Hodges, but it was not until he was about sixteen that he started playing the saxophone seriously. From his playing mainly blues on mouth organ, his little band gradually became more of a jazz band. 
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   The  Parable of the Blind Leading the Blind - Os cegos do quadro de Brueghel
Pieter Bruegel, "O Velho" foi um pintor de Brabante, célebre por seus quadros retratando paisagens e cenas do campo. Pieter Bruegel, conhecido como Pieter Bruegel, "O Velho", foi o primeiro de uma família de pintores flamengos. Nascimento: 1525, Son en Breugel, Países Baixos - Falecimento: 9 de setembro de 1569, Bruxelas, Bélgica. Período: Renascimento flamengo.
http://www.pieter-bruegel-the-elder.org/
http://www.pieter-bruegel-the-elder.org/Netherlandish-Proverbs-1559.html 
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pelas sombras nas calçadas

quando a noite chega 
em denso teto de musgo
tudo se enruga no frio das almas
pode-se facilmente desejar a morte

mas o rio é pouco profundo
mesmo para um sonâmbulo
não haveria de ser um acontecido
o rio da vida é de uma paz rasa

o desespero se amontoa sobre a vida 
o descanso necessita de uma cova profunda
livrar-se das horas que flutuam na neblina
das mariposas de inverno mortas na luz

a noite é de inverno sobre as árvores
sobre os pássaros de poucas penas
sobre a precariedade das coisas humanas
é o frio infinito das pedras dos sepulcros

as pessoas caminham como o tempo
sombras caminham nas calçadas
olham entre si, mas não se veem
uma lua, em meia lua, cansada de luz

talvez seja cedo para morrer
ou a morte passe pela manhã
tanto faz quem esteja pelos becos
todos os corpos são iguais sob os trapos

Tanto faz se a morte venha
nem soarão os sinos dos mosteiros
não se pode morrer duas vezes
nem se pode matar um ao outro morto

estamos todos quase mortos
todos quase mortos 
somos um todo de quase mortos
para onde foram os coveiros?

os sinos tocam no final do ano
despertam o espírito natalino
desembrulham longínquas recordações
se ainda há gelo é um pouco cedo ou muito tarde

porque a vontade de ouvir os sinos
seja o desejo de passagem de ano
passagem de uma vida à outra vida
de um mundo para outro

Um outro mundo, um mundo são
perfeito como as recordações
me encarrego da reserva e do cardápio
retornaremos à vida pouco a pouco

enquanto isso somos a inexistência
quem dera se fossemos passado
desabrochar em vida na vida adulta
quais eram mesmo as lembranças no presente?

talvez consiga ser o que sempre quis
mas esse sentimento é futuro
nem há remorso no futuro
só se pode sentir a dor no presente

nem sinto vida, nem sinto a vida
nem sinto amor, nem sinto o amor
nem a vida, nem o amor
morro em saber, sem a vida e sem o amor 

estou todo moribundo
sou morto e moribundo
estou mortibundo de passado
a vida acabou, acabou o amor
chamem os coveiros

http://www.luso-poemas.net/
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